TEORIA DE OPARIN E HALDANE

 





Na década de 1920, Aleksandr Ivanovich Oparin e John B. S. Haldane, trabalhando de forma independente, tentavam explicar um dos fatos que mais intrigam a humanidade: como surgiu a vida na Terra?

Análises de fósseis mostraram que os primeiros micro-organismos viveram há cerca de 3,5 bilhões de anos, mas como eles surgiram? As ideias de Oparin e Haldane surgiram na tentativa de responder a essa questão. Suas hipóteses puderam ser testadas e replicadas em laboratório, como fizeram Stanley Miller e Haroldo Urey na década de 1950, que chegaram à conclusão de que o surgimento da vida provavelmente ocorreu no seguinte cenário:

  1. Moléculas orgânicas, como os aminoácidos, surgiram a partir de moléculas simples presentes em uma atmosfera que continha metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Diferentemente de hoje, não havia oxigênio nem nitrogênio. A energia para a formação dessas moléculas orgânicas foi fornecida por raios e radiação ultravioleta, que eram muito intensos naquele período;

    1. Essas moléculas orgânicas, ao serem levadas pelas chuvas para a crosta terrestre ainda muito quente, sofreram algumas reações e formaram macromoléculas, como as proteínas;

    2. Com o aumento das chuvas, o esfriamento da Terra e a formação de mares e oceanos, as macromoléculas uniram-se e originaram estruturas maiores, os protobiontes ou coacervados. Os coacervados possuíam membranas que mantinham o seu interior separado e diferente do meio exterior;

    3. Os coacervados conseguiam absorver material do meio e transformá-lo por meio de enzimas contidas em seu interior. Essas enzimas facilitavam as reações químicas, o que pode ter levado ao aumento da complexidade dessas estruturas e originado moléculas que se autorreplicavam e, assim, formaram os primeiros organismos simples.


A hipótese de Oparin, proposta pelo bioquímico russo Aleksandr Oparin na década de 1920, é uma teoria sobre a origem da vida na Terra que se baseia na ideia de que a vida surgiu a partir de reações químicas complexas em uma Terra primitiva, antes mesmo da presença de organismos vivos como os conhecemos hoje. Esta hipótese revolucionária foi uma das primeiras tentativas científicas de explicar como a vida poderia ter surgido a partir de elementos e compostos químicos simples, sem a intervenção de seres divinos ou forças sobrenaturais.

Segundo a hipótese de Oparin, a Terra primitiva era um ambiente rico em compostos orgânicos simples, como água, dióxido de carbono, amônia e metano, que eram constantemente bombardeados por radiação ultravioleta e energia elétrica, provenientes de fontes como raios e radiação solar. Essas condições extremas forneceram a energia necessária para a formação de moléculas mais complexas, como aminoácidos e nucleotídeos, que são os blocos de construção dos organismos vivos.
Essas moléculas orgânicas complexas teriam então se acumulado em lagos, mares e lagos quentes, formando uma "sopa primordial" rica em compostos essenciais para a vida. Em seguida, sob condições adequadas de temperatura e pressão, essas moléculas orgânicas teriam sido capazes de se organizar em estruturas mais complexas, como proteínas, ácidos nucleicos e membranas celulares, que são os componentes básicos das células vivas.
Ao longo do tempo, essas células primitivas teriam evoluído e se diversificado, dando origem aos primeiros organismos unicelulares e, eventualmente, às formas de vida multicelulares que conhecemos hoje. A hipótese de Oparin fornece uma explicação convincente para a origem da vida na Terra, mostrando como a evolução química dos compostos orgânicos simples pode ter levado à emergência da vida em nosso planeta.
Embora a hipótese de Oparin tenha sido inicialmente recebida com ceticismo, ela recebeu um novo impulso com a descoberta do experimento de Miller-Urey em 1953. Neste experimento, Stanley Miller e Harold Urey demonstraram que era possível sintetizar aminoácidos, os blocos de construção das proteínas, a partir de uma mistura de compostos simples como água, metano, amônia e hidrogênio, quando submetidos a descargas elétricas que simulavam as condições da Terra primitiva. Este experimento forneceu uma evidência experimental de que as condições na Terra primitiva eram propícias à formação de moléculas orgânicas complexas, apoiando assim a hipótese de Oparin.
Em resumo, a hipótese de Oparin é uma teoria fascinante sobre a origem da vida na Terra, que sugere que a vida pode ter surgido a partir de processos químicos simples em um ambiente primitivo. Embora ainda haja muitas questões sem resposta sobre como exatamente a vida surgiu, a hipótese de Oparin continua a ser uma das teorias mais influentes e amplamente aceitas sobre a origem da vida em nosso planeta.

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